Entre Olhares: Respeito à integridade, com humildade

1886, Estados Unidos, David McConnell. Este é o início da História de uma empresa que hoje fatura algo em torno dos US$ 8 bilhões/ano; possui cerca de 5 milhões de revendedoras em mais de 100 países; é a maior do mundo em vendas diretas; é o maior fabricantes de perfume do mundo; gera receitas femininas anuais de US$ 3 bilhões em vendas; realiza cerca de 2 bilhões de transações anuais com clientes e vende 1 batom a cada 3 segundos (KLEPACKI, 2006).

Ufa! Haja fôlego para historicizar sobre a empresa “Ding-Dong” chamada AVON. Após 3 anos da morte de seu fundador, suas vendas dobraram. Em 1932, no auge da crise do capitalismo global, em função do CRACK DA BOLSA de Nova York, a Avon aumentou as suas vendas em 70%. Durante a Década de 1950, as vendas mais que quintuplicaram. Na Década de 1970 a marca Avon atingiu US$ 1 bilhão em vendas. Metade das famílias americanas sendo seus consumidores.

Na Década de 1980, famoso período no Brasil conhecido como “A DÉCADA PERDIDA”, os produtos de beleza da Avon representavam 70% de suas vendas e 80% dos seus lucros. Esta empresa distribui 17 milhões de impressos a cada 15 dias; publica 800 milhões de catálogos por ano em 40 idiomas; recompõe o seu Departamento de Beleza 26 vezes/ano; cria mil novos produtos anualmente; investe cerca de US$ 150 milhões em Pesquisa & Desenvolvimento por ano.

Por conta disso, a Avon é a maior distribuidora de bijuterias do mundo. Ela sabe, por exemplo, que 80% das mulheres consideram beleza física essencial para a autoestima; 75% das americanas trabalham fora de casa; 85% das mulheres no mundo usam perfume; 75% das mulheres consideram os produtos de beleza uma necessidade; as mulheres possuem, em média, 4 perfumes. Por isso, os 4 segmentos de beleza da Avon representam 25% de suas vendas.

Dois produtos Avon são líderes mundiais de vendas: Retroactive e Anew, voltados para o antienvelhecimento. A Avon investiu quase US$ 8 milhões para entrar no mercado de beleza das Filipinas. Hoje, a sua sucursal rende US$ 40 milhões de lucro/ano. As vendas internacionais da Avon representam 70% do seu faturamento. São 80 milhões de pedidos individuais processados/ano no mundo. Foram investidos US$ 5 milhões em logística de transporte.

A Avon foi a primeira marca de beleza a criar um site para o comércio eletrônico. 70% das suas revendedoras fazem os pedidos “on line”. Está sendo criado um software global que vai custar US$ 200 milhões. A empresa tem investido maciçamente em programas empresariais de racionalização e redução de custos que já geraram uma economia superior a US$ 700 milhões para os seus cofres, que estão sendo reinvestidos principalmente no departamento de marketing.

Esses esforços foram realizados obrigatoriamente pela empresa, pois nem tudo são flores perfumadas. Na Década de 1990 a Avon amargou um déficit superior a US$ 1 bilhão. A diferença negativa entre receitas e despesas ultrapassava US$ 140 milhões. Dada a volta por cima, o déficit foi reduzido para US$ 342 milhões e as vendas subiram para quase US$ 4 bilhões. Hoje o lucro por ação passou de US$ 0,50 para US$ 1,77.

No Brasil as revendedoras Avon ultrapassam a casa numérica de 1 milhão de mulheres. Isso é superior a todo o efetivo do Exército e da Marinha juntos. O mercado varejista comercializa algo em torno dos 80% de todos os produtos de beleza. Dado o investimento em pesquisa, a Avon sabe que ao entrar numa loja, as mulheres tendem a dobrar à direita. Informação que orienta a organização dos seus catálogos.

Levantei todas essas informações a fim de que as pessoas que por ventura venham a ler este artigo, percebam como um HOMEM, com humildade, conseguiu elevar tanto RESPEITO à DIGNIDADE FEMININA, pois a Avon é uma empresa essencialmente voltada para as mulheres. E fiz isso com o objetivo também de mostrar o contrário, quando um “magistrado” brasileiro não considera uma violação à dignidade humana quando um homem ejacula no pescoço de uma mulher dentro de um transporte público.

Será que seria esse mesmo entendimento desse magistrado, se a vítima por ventura fosse a mãe, a esposa, a filha, a neta ou, até mesmo, uma prima ou uma sobrinha sua ??? Independentemente da resposta, fica aqui o meu registro de indignação!!!