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Há 40 anos, Eder Jofre conquistava bicampeonato mundial no boxe

SÃO PAULO – As costelas doíam a ponto de atrapalhar na respiração. A mão esquerda não fechava de tanto inchaço. O nariz não parava de sangrar, assim como o supercílio direito. O esquerdo tinha enorme hematoma, que latejava ao toque da água do chuveiro do vestiário. O corpo de 1,64 m e 57 kg estava bastante castigado, mas a alma, revigorada.

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SÃO PAULO – As costelas doíam a ponto de atrapalhar na respiração. A mão esquerda não fechava de tanto inchaço. O nariz não parava de sangrar, assim como o supercílio direito. O esquerdo tinha enorme hematoma, que latejava ao toque da água do chuveiro do vestiário. O corpo de 1,64 m e 57 kg estava bastante castigado, mas a alma, revigorada.

 

Há exatos 40 anos, Eder Jofre, maior peso galo da história, era também campeão mundial dos penas, ao bater o cubano naturalizado espanhol Jose Legra, após 15 rounds, diante de 25 mil pessoas no Nilson Nelson, em Brasília.

Eder chegou a cair no 3º round, após dura direita de Legra, que era chamado de “O Pequeno Muhammad Ali” devido ao espetacular jogo de pernas. Porém, o brasileiro foi salvo pelo gongo. “Não caí, foi o chão que subiu”, diverte-se Eder, 77 anos, com físico semelhante ao dos tempos de boxeador.

Corajoso, Eder não se intimidou com os 8 cm (1,64 m a 1,72 m) a mais de altura e 11 cm de vantagem na envergadura (1,68 m a 1,79 m) do adversário. Encarou o forte jab de Legra e soltou verdadeiras bombas em cruzados e diretos que abalaram o rival. Ao fim dos 45 minutos de combate o juiz americano Jay Edson apontou 146 a 141. O jurado brasileiro Newton Campos anotou 148 a 143, enquanto o espanhol Lorenzo Sanchez deu empate em 143 pontos.

Eder se unia a Henry Armstrong, Archie Moore e Sugar Ray Robinson, que também ganharam títulos em mais de uma categoria. “O cara era muito grande, muito forte, mas meu pai (Kid Jofre) me ensinou direitinho como diminuir a distância e soltar os golpes com precisão”, relembra o integrante do Hall da Fama do boxe desde 1990. Eder defendeu o cinturão dos penas somente uma vez, quando derrotou o mexicano Vicente Saldívar, em outubro de 1973, e venceu por nocaute.

Nascia a lenda Eder Jofre, reconhecida em qualquer lugar onde se lute boxe. A revista The Ring classifica o Galo de Ouro como o nono melhor desde que a publicação foi criada.

Para alguns críticos, Eder Jofre poderia ter sido ainda maior do que foi, não fossem os três anos que ficou longe dos ringues (1966 a 69), após as duas derrotas para o japonês Fighting Harada. “Não concordo. A comparação não se faz entre Eder com os outros lutadores, mas sim os outros com Eder Jofre”, disse histórico técnico mexicano Ignacio Beristain.

 

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