Brasil
Bebês afetados pelo Zika podem ter tamanho de cabeça normal, mostra estudo
Mas estudo da Universidade Federal de Pelotas (RS), divulgado na publicação científica Lancet, mostrou que um quinto dos bebês que seriam classificados como normais na verdade tinham algum tipo de anomalia cerebral.
Em junho, um estudo realizado por médicos da Fundação Altino Ventura, do Hospital dos Olhos de Pernambuco e do Instituto da Visão da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e também divulgado na Lancet, confirmou um caso de bebê sem microcefalia, mas com lesões neurológicas e oculares graves causadas pelo vírus. Outros estão sendo estudados.
Análise de casos
Os pesquisadores analisaram 1.501 casos suspeitos de microcefalia no Brasil até fevereiro. E o que concluíram é que o risco pode ser maior do que se pensava.
Na 30ª semana de gestação, a cabeça da criança já atingiu a maior parte de seu crescimento previsto. Mas acredita-se que a infecção por Zika depois da 30ª semana ainda possa afetar o cérebro do bebê, ainda que não na forma de microcefalia e sem efeitos sobre o tamanho da cabeça do bebê.
“O atual foco do rastreamento somente sobre a microcefalia é muito estreito”, disse César Victora, professor da Universidade Federal de Pelotas.
“Nossos resultados sugerem que, entre as gestações afetadas pela infecção por zika, alguns fetos vão ter alterações cerebrais e microcefalia, outros vão ter alterações cerebrais e o perímetro cefálico normal, enquanto outros não serão afetados.”
“Um sistema de vigilância destinado a detectar todos os casos de recém-nascidos afetados pela zika não pode se concentrar apenas na microcefalia e na irritação cutânea (de gestantes, sintoma mais comum da doença), e o exame de todos os recém-nascidos durante as ondas de epidemia deve ser considerado”, acrescentou o epidemiologista.
Os pesquisadores também descobriram que um terço das mulheres grávidas que tiveram Zika não apresentou a irritação na pele.
O estudo afirmou que os casos de microcefalia chegaram ao auge no fim de 2015, entre seis e nove meses depois de a epidemia ter alcançado ao ponto máximo na região Nordeste.
“Uma outra onda de infecção pelo vírus Zika aconteceu no Sudeste do Brasil no começo de 2016 e, por isso, pode haver uma segunda onda de microcefalia até o fim do ano”, disse Victora.
Jimmy Whitworth, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, afirma que o novo estudo passa “a mensagem de que a preocupação é maior do que se pensava”.
“É mais do que a microcefalia, que é a ponta do iceberg, e o risco pode ser mais longo”, afirmou o professor à BBC. “Somos prejudicados pela falta de um exame confiável para o diagnóstico de zika. É difícil saber se uma mulher foi infectada”.
Fonte: G1/GLOBO
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