Regional
Estudo do CNA e Embrapa viabiliza dieta alimentar animal no Sertão
Manter e, sobretudo, desenvolver a pecuária no Semiárido não é uma tarefa simplória. Ela exige estudos e adaptações frequentes para que a ausência de chuvas não seja um fator determinante ao fracasso da atividade. No Ceará, onde os índices pluviométricos costumam não ser satisfatórios – excetuando os dois últimos anos – produtores sentem na pele a árdua tarefa de conseguir manter uma alimentação balanceada, constante e economicamente viável.
Foi pensando nesse desafio frequente que o Instituto CNA, em parceria com a Embrapa Caprinos e Ovinos, desenvolveu um projeto para criação de um cardápio forrageiro que utiliza um mix de forrageiras – lenhosas, cactáceas e gramíneas – resilientes à seca e, assim, conseguem garantir a alimentação do rebanho durante todo o ano. A coordenadora técnica do projeto, Ana Clara Rodrigues Cavalcante, explica que “antigamente, os produtores tinham poucas opções para alimentação do rebanho. Sem estudos específicos, eles não tinham conhecimento de como manter a dieta animal e isso trazia um grande impacto”. Agora, acrescenta Ana Clara, o estudo já mapeou mais de 30 forrageiras “que se complementam de forma que a alimentação seja contínua ao longo de todo o ano”. Na ausência ou limitação de uma, outra é inserida para balancear a alimentação, rica em energia e proteínas vegetais.
O projeto avalia o potencial produtivo e a adaptação das plantas forrageiras às condições climáticas do Semiárido e, “a partir desse estudo, recomendamos novas opções de fonte de alimento para os rebanhos”, detalha a coordenadora. O novo cardápio quebra paradigmas na forma de condução da alimentação do rebanho, seja ele bovino ou caprino, e abre caminho para uma “pecuária sustentável, competitiva e viável, tudo isso mesmo diante da seca”, comemora Rodrigues.
Tecnologia
Para que os produtores tenham acesso ao cardápio, a Embrapa desenvolveu um aplicativo gratuito que simula, de forma personalizada, as necessidades de cada produtor levando em conta número de animais, peso, área, dentre outras. O técnico do projeto, Giovani Rodrigues, pontua que essa ferramenta tecnológica além de criar um planejamento alimentar, fornece informações que facilitam o processo de tomada de decisão em nível de gestão dos recursos alimentares da propriedade.
“Quando há planejamento, há melhor gestão dos recursos. Estamos falando de regiões com extrema dificuldade de produção, portanto, é importante conseguir equalizar o alimento. Com o app, o produtor fica sabendo quanto falta de alimento, quanto sobra, enfim, ele se organiza e consegue planejar o futuro, inclusive com a possibilidade de comprar os insumos que faltam em momentos cujos preços estejam mais convidativos”, ilustra Ana Clara.
Resultados
O cardápio forrageiro está em teste em todos os estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais. Já são 12 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) representativas do semiárido brasileiro que contam com a iniciativa, sendo uma delas na cidade de Ibaretama, no Ceará. Após três anos de experimento, a URT de Ibaretama colhe os resultados do manejo adequado das forrageiras. Lá foram “desenvolvidos experimentos com gramíneas anuais e perenes, cactáceas e lenhosas”, acrescenta Giovani. Carlos Bezerra, presidente do Sindicato Rural (Sinrural) de Ibaretama, e responsável pelo projeto na cidade, enaltece a iniciativa afirmando que “tem sido um divisor de águas para a pecuária no Semiárido” e reforça que produtores locais têm mostrado interesse pela pesquisa. “Um deles já plantou mais de 120 hectares de capim massai. Isso mostra que o produtor está reconhecendo a importância do projeto”. Para Bezerra, o maior “legado” do estudo é garantir a sustentabilidade da produção “nos meses de estiagem”.
Diante do bom cenário conquistado em Ibaretama, o engenheiro agrônomo Eduardo Barroso, supervisor do Projeto Forrageiras no Ceará, antecipou que em 2021 o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) vai ofertar assistência técnica e gerencial aos produtores atendidos pelo Programa AgroNordeste e, em cooperação com a Embrapa, o Senar “vai montar um curso específico sobre as forrageiras adaptadas ao Semiárido. A ideia é disseminar a tecnologia de resiliência à seca.
Fonte: Diário do Nordeste
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