Brasil
Biólogo planta três mil mudas e recupera sozinho 20 mil metros quadrados às margens de lagoa

Numa outra época os pés afundariam, mas a maré vazia e o tempo seco das últimas semanas formam extensos tapetes de terra úmida e dura, por onde é fácil caminhar no mangue. Mesmo assim, o chão parece estar em movimento, a cada passo, tamanha a quantidade de pequenos caranguejos correndo de um buraco ao outro. Assim como eles, as aves voltaram a frequentar mais aquela margem da Lagoa de Itaipu graças ao trabalho incansável de reflorestamento feito por um apaixonado pela natureza. Sozinho, o biólogo marinho Luiz Gonzaga plantou mais de três mil mudas e recuperou (muito bem recuperados) cerca de 20 mil metros quadrados no entorno da lagoa.
O marco zero aconteceu em 2012, na beira do canal de Camboatá. Ali, a vegetação está quase impenetrável. Os esforços mais recentes também já mostram resultados: na beira do Rio João Mendes, que recentemente foi desassoreado pelo Inea, 300 mudas dão um tom verde à terra preta. No último fim de semana, Gonzaga levou o manejo para um trecho da Lagoa de Piratininga. E basta um olhar para ter certeza de que alguém cuida das mudas. Cada uma delas é coberta com uma garrafa pet que as protegem de serem comidas pelos caranguejos. Depois de crescidas, são retiradas uma a uma. Caminhando entre plantas, o biólogo gosta de repetir que a natureza só precisa de um empurrãozinho para mostrar sua graça.
— Você começa, e as coisas avançam naturalmente. Aí voltam as aves, os caranguejos, os jacarés. Esse é o tipo de coisa que todo mundo pode fazer, e faz diferença — diz Gonzaga, cercado por diferentes pássaros num trecho do Rio João Mendes.
A iniciativa, explica o biólogo, também serviu para impedir que o lugar virasse depósito de entulho e que lotes avançassem sobre área de reserva. Como a Lagoa de Itaipu faz parte do Parque Estadual da Serra de Tiririca (Peset), Gonzaga informou ao parque sobre sua ação, e a recepção foi a melhor, a ponto de virar uma parceria. Quando o biólogo planeja mutirões ou ações de educação ambiental, o parque entra com apoio de pessoal, transporte e material.
— A gente tenta dar todo o suporte porque além de todo o trabalho ambiental de reflorestamento e limpeza, ele faz um bonito trabalho de educação ambiental, levando turmas de crianças até lá — explica Felipe Queiroz, coordenador de Pesquisa, Monitoramento e Manejo de Ecossistema do Peset.
Recentemente, Gonzaga sugeriu ao Parque que fossem feitas placas restritivas (com proibições) e informativas sobre o ecossistema. A ideia foi abraçada e em breve a sinalização será colocada.
— As pessoas só cuidam do que conhecem. Essa área é privilegiada pela natureza. Ainda há muito para ser descoberto.
O GLOBO
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