Câmara de Iguatu recebe famílias que ocuparam terrenos públicos

A problemática das mais de 100 famílias do Bairro João Paulo II que ocuparam um terreno na própria comunidade onde estava sendo construídos equipamentos esportivos da Prefeitura de Iguatu chegou a Câmara.

Em sessão nesta última terça-feira, 11, os diversos populares desabrigados tomaram as galerias do legislativo municipal com a expectativa que os parlamentares aderissem suas demandas.

O desenrolar da sessão se deu apenas com a ausência do vereador Marconi Filho (PT) que teve a falta justificada com um atestado médico. No pequeno expediente alguns parlamentares como de costume usaram de seu tempo para apresentar requerimentos verbais para as regiões as quais representam a exemplo de Pedro Lavor, e Vicente Reinaldo esse ultimo solicitando da mesa diretora a realização de uma audiência pública para tratar da iluminação publica da cidade acionando as devidas competências.

Com o fim do pequeno expediente e o retorno dos debates sobre o tema principal, a palavra foi facultada para, a moradora Leidiane Silva que em um depoimento emocionado contou sua realidade e a dos demais moradores alojados de forma improvisada no local. “Não somos vagabundos como muitos estão tratando. Queremos apenas um direito que é de todo cidadão [o de ter moradia], as dificuldades são grandes, até mesmo para se alimentar. E enfrentar tudo isso com uma criança como minha filha do lado, é doloroso”, lamentou. A sessão teve a presença de moradores do bairro Arreias onde também cerca de 50 famílias ocuparam um outro terreno.

Representantes religiosos como os Maristas e membros da comissão de justiça e paz da diocese também estiveram presentes. Padre Anastácio lamentou a proporção que a problemática tomou, “Não entendo essa dificuldade em propor politicas habitacionais a esse povo, tendo em vista o que vemos é são varias entregas de domicílios pelo Brasil a fora. A aqui o que vemos são somente cadastro que se alongam em mais de 10 anos”, ressaltou.

Bandeira Jr vereador da bancada de apoio a gestão alertou o limite o que poder legislativo municipal pode chegar, “Iguatu foi o município que fez casas nos últimos 12 anos. A população tem que entender que o processo é demorado e que a prefeitura no máximo pode entrar com a doação de um terreno que ainda precisa ser aprovado pela casa [Câmara de Veredores]”, ponderou. Já Joaquim Ribeiro representante daquele bairro disse conhecer de perto os anseios das famílias, “como morador daquela comunidade é de se lamentar uma situação que aquelas pessoas se encontram. Precisamos unir forças para reverter esse quadro”, disse.

Saiba mais

No final da sessão o presidente da casa Rubenildo Cadeira informou que uma comissão composta por desabrigados e vereadores dos dois blocos será criada. A esfera do executivo municipal através do prefeito Aderilo Alcântara será acionada. A assessoria do gestor divulgou que o mesmo se reuniu com a Secretária Executiva da STDS do Governo do Estado, onde pode

relatar as problemas de déficit habitacional enfrentados pelo município, e da situação vivida nas últimas semanas. Para ao longo da semana os parlamentares se comprometeram em agilizar questões substanciais, como disponibilidades de banheiros químicos, mantimentos, iluminação do local e água potável.

Na área atualmente ocupada desde a sexta-feira, 31, pelas famílias do bairro João Paulo II estava sendo construído um Centro Esportivo, através de um convênio entre o Governo do Estado (Proares) e o município, e vai beneficiar os moradores das comunidades vinhas.