Astrônomos descobriram uma característica surpreendente no Cinturão de Kuiper, uma vasta região de rochas geladas localizada além da órbita de Netuno, no Sistema Solar externo. Conhecidos como KBOs (Objetos do Cinturão de Kuiper, em inglês), os corpos celestes dessa área mostraram um aumento inesperado na densidade entre 70 e 90 unidades astronômicas (UA) de distância do Sol, sugerindo a existência de duas populações distintas de KBOs separadas por uma lacuna praticamente vazia. (Cada UA corresponde a cerca de 150 milhões de km).
Essa possível duplicidade no Cinturão de Kuiper, se confirmada, pode ser uma descoberta significativa, alterando nossa compreensão da nebulosa solar primordial, de onde surgiram o Sol e os planetas. A pesquisa foi liderada pelo cientista planetário Fumi Yoshida, da Universidade de Ciências da Saúde Ocupacional e Ambiental e do Instituto de Tecnologia de Chiba, no Japão. Em um comunicado, Yoshida afirmou que essa descoberta indicaria que a nebulosa solar era muito maior do que se imaginava, impactando o estudo da formação planetária no Sistema Solar.
O Cinturão de Kuiper se estende desde a órbita de Netuno, a cerca de 30 UA do Sol, até aproximadamente 50 UA. A grande distância do Sol faz com que os KBOs permaneçam praticamente inalterados desde a formação do Sistema Solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos, sendo assim remanescentes primordiais da nebulosa solar.