Entre Olhares: E viva à Nossa Senhora!

Participei do Jantar Beneficente de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Foi uma experiência ímpar! Muito impressionou-me a dedicação, o desprendimento, a desenvoltura e o bom atendimento realizado no evento. Um grande número de pessoas, casais, famílias inteiras se fizeram participar. Outro motivo de satisfação! Mais uma vez tive a certeza de que é sim a religião o ponto de fuga para sairmos de um estágio de letargia e nos engajarmos efetivamente num processo de união, cultura de paz e não violência.

Guardadas as devidas proporções e os detalhes que nos separam, retornei à experiencia vivenciada no Chá da Vovó, realizado no Abassá Axé Ogum Onirê. Voltei a observar a ocorrência de brancos, negros, pobres, ricos, letrados, analfabetos, patrões, empregados e desempregados todos juntos, sentados no mesmo nível, refastelando-se do mesmo banquete, à luz e bençãos de Nossa Senhora. Essa, para mim, é a inequívoca prova de que todos os argumentos que são utilizados para justificar que somos diferentes, na realidade, tratam-se de “desculpas verdadeiras” para não nos unirmos.

Se temos a capacidade de, mesmo que momentaneamente, ficarmos juntos para pastar; por que não aproveitamos essa capacidade para vivermos juntos, conviver, desfrutar dos prazeres e belezas que a Mãe Natureza diariamente nos oferece de forma gratuita e que tanto bem faz à nossa saúde física e espiritual? Qual a justificativa plausível que possa nos convencer de que uma cultura de paz e não violência é impossível, se o que promove a cultura é justamente o hábito, o costume? Por que não transformar esses momentos anuais em momentos corriqueiros, habituais do dia a dia, a fim que que eles se transformem em hábito e cultura de nossa gente?

Para mim está mais do que claro, especificamente óbvio, que se trata sim de uma decisão política a criação e o estabelecimento de um verdadeiro APARTHEID SOCIAL no convicto sentido de promover o enfraquecimento do tecido social a fim de que esse STATUS QUO que aí persiste, continue de forma a não incomodar a aqueles que muitos benefícios auferem com a permanência deste estado de coisas, como por exemplo: a insegurança e a violência são fenômenos sociais que geram exorbitantes lucros para as empresas e empresários do setor de segurança privada. Não é à toa a campanha para a liberação de armamentos. A indústria bélica agradece…

Pregar, falar e sonhar com a verdadeira união e congraçamento das pessoas, indistintamente, numa sociedade cujo Modo de Produção de Riquezas é o Capitalismo, torna-se uma verdadeira heresia. Aos olhos e ouvidos reacionários, trata-se de defesa do Comunismo. Mais uma vez, fazendo uso do entendimento religioso, ao que tudo indica, um dos maiores líderes religiosos dos 2 últimos milênios, muito provavelmente, era um comunista, haja vista a sua predileção pelos humildes, pobres, doentes, excluídos, despossuídos e destituídos.

É lamentável verificarmos neste momento de extrema importância para a vida coletiva de nossa Nação observarmos pessoas que se querem passar por líderes, apregoando a discriminação, o ódio, a divisão, o racismo, o preconceito, a misoginia, em fim, toda sorte de coisas e pensamentos que em nada contribuem para o engrandecimento humano e coletivo. O apelo às encenações de cunho violento com o específico objetivo de gerar comoção generalizada para angariar votos só revela o mau caratismo daqueles que estão comungando dessa farsa, que somente incentiva o rancor e a histeria estéril, sem propostas e sem compromisso com a verdade, o engrandecimento e a melhoria qualitativa do comportamento e do comprometimento político de nosso POVO.

Pela qualidade e pela quantidade de comida servida, pela organização, empenho, seriedade, compromisso, dedicação, abnegação e verdadeiro fervor e exemplo de força, fé e esperança de todas as pessoas que contribuíram, prestigiaram e fizeram acontecer o Jantar Beneficente da Padroeira da Paróquia do Prado, roga à Nossa benfeitora as suas bençãos para todos! Viva à Nossa Senhora!