Iguatu clama por justiça: A dor e o desrespeito vividos pelos servidores públicos

Iguatu vive dias sombrios. O grito sufocado dos servidores públicos municipais ecoa por toda a cidade, e, com ele, um apelo: respeito e dignidade para aqueles que movem a engrenagem dessa terra. Hoje, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Iguatu (SPUMI) denuncia uma situação que não pode ser silenciada – o atraso nos salários e no pagamento do 13º de diversos trabalhadores e trabalhadoras. São 21 dias sem o 13º para 1.500 servidores e mais de 4.500 sem receber os salários de dezembro. Na manhã desta quarta-feira, a ponte metálica de Iguatu foi tomada pelos servidores. Não foi uma tomada de alegria ou celebração, mas de dor, cansaço e indignação. Os cartazes erguidos e as vozes que ecoaram traduzem o que não pode mais ser ignorado: a gestão municipal e as autoridades competentes, que deveria ser exemplo de compromisso, abandonou seus próprios trabalhadores.

Por trás dos números frios de servidores com salários atrasados, existem histórias que cortam o coração. Há mães e pais que não conseguem comprar o básico para alimentar seus filhos. Famílias endividadas, enfrentando cobranças incessantes de credores. Gente que deu tudo de si para construir uma cidade melhor, agora precisa pedir cestas básicas para sobreviver. O SPUMI, em um gesto de solidariedade, lançou uma campanha de arrecadação de alimentos, mas até quando isso será suficiente? Quem devolverá a dignidade perdida desses trabalhadores? Enquanto isso, a gestão municipal segue em silêncio. Nenhuma explicação, nenhum plano, nenhuma solução. Os servidores(as) são tratados como invisíveis, mesmo sendo eles o alicerce que mantém a saúde, a educação e todos os serviços funcionando.

A dor desses trabalhadores é a dor de toda a população iguatuense. Cada sala de aula sem professor, cada hospital sem equipe, cada serviço público parado representa uma ferida aberta na cidade. O que estão fazendo ultrapassa todos os limites do desrespeito. Os cargos dos gestores são temporários, mas os servidores(as) públicos são o coração pulsante de Iguatu. Eles estarão aqui por muito tempo após o fim dos mandatos, e seguiram com as marcas de um início de gestão que lhes virou as costas.

Lembramos que é inadmissível que, em pleno 2025, os servidores(as) de uma cidade fiquem à mercê de tamanha humilhação. Onde está a empatia? Onde está o compromisso daqueles que juraram servir ao povo? A população de Iguatu precisa se unir ao lado do SPUMI nesta luta. Não é apenas uma luta pelos servidores(as), mas por uma cidade mais justa e digna. Este momento exige a atenção de todas as autoridades. Governador, deputados, vereadores, Judiciário e todas as esferas do poder: onde estão vocês quando Iguatu mais precisa? A omissão também é violência. Este sindicato reafirma que lutará até o último servidor(a) receber o que lhe é de direito. Mas é preciso mais. É preciso que a população se levante, que exija respostas, que demonstre que Iguatu não aceitará mais descaso.

E hoje (10), o ato na ponte metálica foi mais do que um protesto. Foi um grito de SOCORRO. Um apelo para que a cidade acorde e enxergue o que está acontecendo. Iguatu não pode continuar parada, refém de uma gestão que está iniciando abandonando seus próprios servidores(as). Servidores(as) cansados, humilhados e desamparados. Uma cidade que depende de sua força de trabalho, mas que, agora, também depende de sua união. A luta dos servidores(as) é a luta de todos(as) nós. Hoje é por eles, mas amanhã poderá ser por qualquer um(a). Vamos nos unir, Iguatu. Vamos nos levantar. Porque quando um servidor(a) público sofre, é toda a cidade que sangra com tanto desrespeito.