Artigo
Muhammad Ali: Entre a leveza da borboleta e fúria da abelha. Por Romualdo Lima
Muhammad Ali ou Cassius Marcellus Clay, nome dado em seu nascimento no ano de 1942, lendário pugilista estadunidense que encantou o mundo com sua arte e postura humanística, passou para o andar de cima na madrugada do dia 03 para o dia 04 de junho, fechando, nesse ato de desapego com o corpo, a imortalidade conquistada em vida.
Indubitavelmente, ele fora, nessa passagem terrena, um exemplar raro de ser humano.
Engajado na defesa dos direitos civis dos negros e pela igualdade racial em seu País, mas sem se colocar jamais na condição de “coitado” ou “digno de pena”, foi altivo, contestador e, como assinalou Caetano Veloso, impávido.
Com igual elevação de espírito, posicionou-se contra a guerra, eis que, convocado a comparecer ao centro de recrutamento do Exército dos Estados Unidos, recusou o alistamento para a Guerra do Vietnã e ainda justificou, com incomodante dignidade, a sua postura: “Nenhum vietnamita jamais me chamou de crioulo, por que eu lutaria contra eles?”. Estava a dizer que no País em que nasceu e que o incitava à guerra, assim o era chamado e, por conseguinte, fora desrespeitado.
E, de fato, em certa ocasião e quando já detinha o título de campeão olímpico, conquistado em Roma derrotando poloneses e russo (potência comunista rival dos EUA), foi a ele informado de que não poderia ser servido em um restaurante de sua cidade simplesmente pelo fato de ser negro. Indignado, lançou sua medalha olímpica em um rio, como forma de protesto.
Com visto, ele não lutou só nos ringues. Lutou também, e muito, na vida.
Com estilo indômito, porém não agressivo, cunhou, para sua atuação esportiva, a gloriosa frase dizia: “Eu flutuo como uma borboleta e pico feito uma abelha”. Essa mesma impactante frase serve para contar sua trajetória de vida na defesa do que entendia como justo.
Conquistou o mundo para suas posições pacifistas e humanitárias, mas nunca se acovardou em dizer e defender a verdade e nunca se permitiu ser tratado com menoscabo. Talvez por isso mesmo se auto denominava “o maior”. E fez por merecer esse título.
Com sua morte, entra para o panteão da glória da humanidade, ladeando ZUMBI DOS PALMARES, JOSÉ DO PATROCÍNIO, MARTIN LUTER KING, NELSON MANDELA …
*O autor é Procurador Federal e Conselheiro Estadual da OAB/CE.
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