Iguatu
Proprietária de casas na Avenida Perimetral manda derrubar residências sem ordem judicial e causa polêmica com família
Foi na manhã dessa quarta-feira, 15/09, ao lado de um posto de combustíveis e em frente a uma empresa de ônibus, em Iguatu, que a proprietária de 05 residências existentes no local, mandou, sem ordem judicial, derrubá-las. Só que, em uma delas, há uma família morando, e eles chamaram a polícia para intervir na situação. Segundo a moradora Téssia Etelvina Diniz, que mora no local há 22 anos, seu pai Decias Diniz, que vendia cal, trabalhava com o empresário já falecido Ailton Alexandre, tinha uma casa na Rua Professor João Coelho, em Iguatu, e foi feita uma negociação entre eles, e essa atual casa que está sendo demolida ficou para seu pai como parte do negócio. Téssia disse que foi surpreendida quando soube que estavam demolindo as casas vizinhas e que a sua seria a próxima.
Ao chegar em casa, vinda do trabalho, encontrou um trator já se preparado para derrubar sua residência, e de imediato ela chamou seu advogado. Em conversa com nossa reportagem, o advogado da família Filipe Costa, disse que foi chamado logo cedo, porque foi informado que um trator iria derrubar a residência da dona Téssia. O advogado afirma ainda que, como a família já reside nesta casa há mais de 20 anos, eles teriam direito ao imóvel por Usucapião (Tem direito à Usucapião o indivíduo que exercer a posse com ânimo de dono por um determinado período. Ou seja, vizinhos e comerciantes locais devem o reconhecer como dono/morador do imóvel).
Diante dos fatos, a dona do imóvel desistiu, pelo menos nesse primeiro momento, de derrubar a casa, tendo em vista a repercussão do fato e por ela não possuir uma ordem judicial.
Em resposta ao acontecido, familiares que se apresentam como proprietários das residências enviaram uma nota à Mais FM, dizendo que a família mora ali de favor. Segundo os mesmos, a casa teria sido emprestada ao Senhor Decias Diniz, já falecido, para que ele morasse com sua família, um ato de pura caridade feito pelo Senhor Aílton Alexandre. Logo abaixo, os leitores podem acompanhar a íntegra da nota.
ÍNTEGRA DA NOTA
Ao tempo em que nos manifestamos, revelamos desagradável surpresa com proporção dada ao fato de se exercer legitimamente o direito que decorre da propriedade regular.
Ocorre que, a título precário e, por ato de pura caridade, foi emprestada moradia ao senhor Decias e sua esposa, falecida há menos de 1 mês. Pessoas honestas, que com certeza, ficariam entristecidos com a atitude de seus filhos e netos. A referida senhora e sua família sempre tiveram pleno conhecimento que se tratava, repito, de empréstimo, até que fosse necessária utilização pelos proprietários legítimos.
Tanto é assim, que continuamos a pagar todas as obrigações decorrentes da propriedade, a exemplo do IPTU e, no imóvel, e a senhora Tessia e sua família não fizeram qualquer melhoria, já que sabem que o imóvel não lhes pertence. Para comprovar, o fato é que o imóvel hoje sofre, inclusive, risco iminente de desabamento, pois sequer os detentores tiverem o mínimo cuidado com edificação emprestada. Ressalte-se que hoje ninguém reside no local, estando apenas buscando o clamor social com a justificativa que não terão aonde morar.
Assim, tentam trazer, de forma desleal, ao nosso sentir, holofotes desnecessários e dar contornos diversos à situação, nos colocando como verdadeiros vilões, quando, na verdade, sempre foi prestado à família o benefício da caridade.
Finalizamos com o desabafo de que é difícil viver em um mundo onde não se pode agir com fraternidade, sob pena de ser surpreendido com atos que querem retirar o que foi conseguido com suor e trabalho. Só lamentamos a manifestação de ingratidão. Quem conhece nossa família e sabe da nossa história, terá a certeza que estamos com a verdade ao nosso lado.
Apesar disso, enfatizamos que foi concedido tempo para desocupação e busca de nova moradia por vários meses, inclusive com troca de mensagens por WhatsApp, e, no dia de hoje, só se buscou acesso às construções VIZINHAS à casa em que residia a senhora Téssia e não ao imóvel que lhe foi concedido em empréstimo.
Meu avô, Joaquim Ailton Alexandre, a quem muitos nessa cidade têm imensa gratidão e respeito tem uma memória e uma história irretocáveis, que buscaremos sempre preservar. Como disse, quem sabe e conhece a nossa família sabe da nossa história e de tudo que já fizemos por Iguatu e por todos os milhares funcionários que trabalham e trabalharam conosco.
Complementa dizendo também ao final, que pelo que foi informado na vizinhança eles não residem mais no local e fazem uma proposta de 110.000,00 para que os proprietários retomem o imóvel.
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