Iguatu
Reportagem Especial: Ocupações em terrenos públicos de Iguatu
Em 22 de novembro de 2012 ocorreu a primeira grande ocupação em equipamentos públicos do Município de Iguatu, na ocasião 22 famílias se dirigiram até algumas casas destinadas aos moradores da Rua Beira Rio na Vila Neuma, que seriam os beneficiados pelo programa habitacional por estarem em local de risco. O fato é que com a demora na entrega da obra, nem os beneficiados nem os outros populares cadastrados na Secretaria Municipal de Habitação que aguardavam por casas populares, esperaram a entrega das casas, portanto ocuparam as residências ainda inacabadas e diziam não sair de lá porque não podiam pagar aluguel.
Não resolvido o problema, em 2013 uma nova ocupação das outras casas do bairro aconteceu. No ano seguinte foi a terceira ocupação preenchendo as 140 casas construídas com recursos da Caixa Econômica Federal e coordenadas pela Prefeitura Municipal de Iguatu.
Em 2014 o caso teve uma maior repercussão, pois os moradores passaram a cobrar uma solução mais enfática do Poder Público indo muitas vezes à Câmara de Vereadores e tendo algumas reuniões no Ministério Público Estadual através da promotoria local.
A reportagem da Rádio Mais FM esteve na última segunda-feira (9) no Bairro Novo Iguatu e colheu as informações com os moradores de como foi esse processo longo que perdura até hoje sem solução definitiva. O líder comunitário Valdemir Alves disse em entrevista que o caso mais preocupante é o da 2ª ocupação. Ele enfatizou que não existem certezas se continuarão a ficar nas casas ocupadas. O morador confirmou que foram ameaçados várias vezes de despejo.
A Sra. Maria Romana moradora da segunda ocupação faz parte do grupo de 12 famílias que ainda não receberam a instalação de energia elétrica, mas disse que algumas melhorias ocorreram de 2013 até os dias atuais como, por exemplo, o fornecimento de água.
Em 30 de julho deste ano de 2015 aconteceu a primeira ocupação especialmente em terrenos públicos da Prefeitura Municipal de Iguatu. Na ocasião se tratavam de 7 mulheres do Movimento das Margaridas que não conseguiam mais pagar aluguel e por isso ocuparam um terreno no Bairro João Paulo II que estaria destinado para construção de ginásio e pista de skate. Elas estavam e ainda estão vivendo em barracas improvisadas e afirmam que só sairão daquele local para moradias próprias que devem ser oferecidas pela Poder Executivo Municipal. Segundo os moradores a suposta obra estaria paralisada há quatro anos e por isso alegam o direito de permanecer no local.
A Sra. Rosana Ferreira foi uma das primeiras mulheres a se instalar no terreno e disse na época que só ocuparam o lugar porque não tinham dinheiro para pagar aluguel e porque já tinham feito seus cadastros junto a Secretaria de Habitação, mas não tinham respostas concretas. Ela disse que dentre as promessas de assistência básica dada pela prefeitura, apenas o fornecimento de água foi realizado. Foi prometida doação de lonas, cestas básicas, banheiros químicos, e acompanhamento sanitário. Segundo a moradora o número é crescente porque a demanda de casas populares é muito grande, e eles ainda sofrem com o preconceito da população.
Atualmente são 176 famílias que vivem no Bairro João Paulo II de forma desumana em barracas de papelão, madeira, tecido e plástico.
O Sr. Francisco Vitoriano Pereira conhecido popularmente como Michel está no local que fica às margens de uma lagoa desde o início de agosto, e na época percebiam a necessidade de adaptar o local para receber tantas famílias. Eles limparam o terreno e chegaram a fazer canteiros para aperfeiçoar o espaço.
Uma semana após a ocupação do João Paulo II foi à vez do Bairro Areias e cerca de 80 famílias se instalaram no terreno destinado a Academia de Saúde, um equipamento construído com recurso federal e mantido pelas prefeituras e que não foi concluído. Logo chegaram a 150 famílias acampadas.
O jovem Valdenio Ferreira, líder dos moradores conta que o número permanece o mesmo por um acordo em reunião com a prefeitura municipal para a garantia de futura doação de terreno para construção das casas populares.
No dia 29 de agosto surgiu a ocupação do Bairro Filadélfia em local que estava destinado à Praça da Juventude e Academia de Saúde, mais uma obra inacabada e que foi tomada por famílias que reivindicavam moradia própria. Na época se deu início com 15 famílias e logo foi aumentando o número de barracas.
O líder comunitário Leonardo Rodrigues assim como os demais disse que só foram para o local porque esperavam do Poder Público, a concretização da moradia digna. O jovem contou ainda um fato que deveria preocupar as autoridades municipais, pois uma mulher por pouco não foi vítima de abuso nas proximidades do assentamento, ela foi socorrida pelos próprios ocupantes das barracas.
A maior dificuldade enfrentada por eles hoje é com relação ao calor por estarem em barracas que não protegem das altas temperaturas, e existem ali jovens, crianças de colo e muitas mulheres. Atualmente constam cerca de 290 famílias morando no Bairro Filadélfia.
No caso do Bairro Altiplano 303 pessoas levantaram barracas e constam atualmente 66 famílias oriundas do Bairro Altiplano e Vila Coqueiros, que estão instaladas em terreno que fica ao lado da Creche e dentro do que seria mais uma Academia de Saúde que não foi concluída.
A Sra Eliane Macena reclama da falta de apoio e falou que o levantamento para os possíveis beneficiados está sendo feito na sede da Secretaria de Assistência Social de forma muito demorada.
A Sra. Aldeniza Ferreira da Silva, líder da ocupação garante que os que ficaram ali não iram sair sem uma solução e sofrem com algumas dificuldades comuns aos bairros restantes como a falta de alimento, o desconforto das construções, e ainda lembrou que o local fica dentro de uma lagoa, o que pode acarretar em sérios problemas quando as chuvas chegarem.
A ocupação na Vila Moura se deu no início do mês de setembro com 450 famílias da Vila Neuma e Vila Moura e após tantas dificuldades e promessas não concretizadas, alguns decidiram sair do local, atualmente contabilizam 285.
O Sr. Pedro de Souza Lima é o líder desse assentamento e afirmou categoricamente que não irão sair do local enquanto não forem contemplados ou com terreno ou com casas populares, pois os que estão ali precisam desse benefício.
Por último foi à vez de famílias que residiam na Vila Chapadinha e que não conseguiam mais pagar aluguel e por isso resolveram montar barracas ao lado da Quadra Esportiva da Escola da comunidade, e 36 famílias começaram a viver lá de forma improvisada.
A Sra. Jessica Pereira está grávida e é a líder dessa ocupação, ela reclama em especial da demora no cadastro de algumas famílias, o que atrasa a negociação com o Poder Público Municipal. A moradora falou que parte do terreno ocupado é da prefeitura e o restante é particular, mas o proprietário já se disponibilizou a fazer uma troca caso seja necessária.
Nosso serviço de “Secretária Eletrônica” (telefone Mais FM 3581-2171) foi informado de mais uma ocupação, desta vez na Vila Gadelha. Nossa reportagem esteve no local na manhã dessa quinta-feira (12) e pôde observar que lá se trata de uma construção irregular, não diferente de centenas de casas construídas em terrenos da União e que nunca foram reclamadas judicialmente segundo informações dos próprios moradores. Na semana passada 3 pessoas iniciaram a construção de suas casas. Alguns são filhos de funcionários do Ministério da Agricultura, assim como outros tantos que ainda vivem por lá.
Nossa equipe esteve visitando todos os bairros onde centenas de famílias ocupam a cerca de quatro meses lugares que estariam destinados a obras públicas, mas que nunca foram concluídas e/ou inauguradas.
Até o fechamento dessa reportagem não conseguimos contatar todos os órgãos responsáveis pelo acompanhamento direto dessas ocupações que estão acontecendo frequentemente na cidade de Iguatu.
Clique abaixo e confira os áudios dessa reportagem:
Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
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