Brasil
Violência na Amazônia supera média nacional e tem relação com desmatamento e narcotráfico, aponta relatório
Um relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e do Instituto Mãe Crioula revelou que a Amazônia Legal teve, em 2022, uma taxa de mortes violentas intencionais 45% maior do que a média nacional. O estudo, baseado em dados das secretarias estaduais de Segurança Pública e do IBGE, mostrou que a região amazônica registrou piores índices em todos os crimes analisados, como homicídios, feminicídios, homicídios contra indígenas, estupros e registros de armas.
O relatório apontou que a violência na Amazônia está relacionada ao desmatamento, à exploração ilegal de minérios, aos conflitos fundiários e à atuação de facções criminosas no narcotráfico. Esses fatores ameaçam o modo de vida dos povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas, que sofrem com a invasão de seus territórios e a violação de seus direitos.
As mulheres também são vítimas frequentes da violência na região, que tem taxas de feminicídio e de mortes violentas intencionais de mulheres superiores à média nacional. O relatório atribuiu esse cenário ao processo colonizador marcado pelo silenciamento e exploração da mulher e à presença majoritária de mulheres negras, indígenas e ribeirinhas, que enfrentam múltiplas vulnerabilidades e riscos.
A violência sexual foi outro crime que apresentou taxas mais altas na região do que no restante do país, considerando as ocorrências de estupro e estupro de vulnerável. A taxa de mortes violentas intencionais de indígenas na região também foi maior do que a média brasileira e do que a taxa dos estados fora da Amazônia Legal, segundo dados do Datasus. O relatório alertou para a necessidade de políticas públicas de segurança e de desenvolvimento sustentável para a região.
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